Pílula do saber

[26/08/2018] O Museu da Tecnologia abriu a segunda estação deste ano com a exposição “Válvulas e eletrodos – um passeio prático pelas tecnologias do passado”, onde são mostrados televisores, aparelhos de som, radiolas e outros incríveis inventos do passado, como o gramofone, para que o público possa tocar, ouvir, ligar e se surpreender. Difícil acreditar que os humanos não tinham sisis - sistemas integrados de som, imagem e sensações - que agora avança para um sistema comandado pelo pensamento. É divertido assistir nossas crianças passando os dedinhos nas telas de vidro de aparelhos que só se manifestam com botões de liga-desliga e quando conectados por fios a tomadas de eletricidade e ainda assim, depois de aquecerem.
 
A pílula do conhecimento é a atração que faz contraponto com as velharias respeitosamente alinhadas no corredor principal do museu e que possibilita ao usuário sensações e imagens enviadas diretamente no córtex cerebral após um segundo de ingeridas. Elas liberam neuroquímicos carregados por nanorobos contendo informações que são percebidas pelo cérebro.
 
O diferencial do sistema é poder controlar a cápsula de conhecimento com simples ordens mentais tais como “sim”, “não”, “pare”, “siga” e “ejetar”, que são usadas para o usuário manter o controle sobre a exposição do conteúdo, que é expelido pelo corpo depois de usado. As pesquisas apontam múltiplas utilidades para a pílula, muito além da educação, saúde, laser. Talvez este invento seja um auxiliar poderoso para aprofundar o conhecimento sobre o si mesmo. [Registro 131]

Refugiados da insegurança

{02/09/2012} O futuro emergiu aos poucos, em pequenas rupturas na crosta terrestre, e os governos voltaram a falar nos “refugiados ambientais” – parte da população que é obrigada a deixar o local onde vive por causa da mudança do clima que afeta o meio ambiente. Para os habitantes das terras afetadas, uma verdadeira tragédia, embora já esperada. As placas tectônicas e suas pequenas acomodações deixaram, por outro lado, um rastro de destruição em inúmeras cidades, mas principalmente afetaram a confiança das pessoas no modo de vida que levavam.
 
O derretimento polar teve seu curso e centenas de pessoas foram obrigadas a sair de suas terras, seja porque o mar chegava invadindo, seja porque se escasseava a água em função do rompimento dos ciclos de calor e derretimento das cordilheiras.
 
Pesquisas indicavam conseqüências nefastas da mudança climática quando se viu a tragédia da escassez de água acontecer em áreas geralmente saudáveis: dezenas de pequenas povoados na Europa e na Ásia entraram em “estado de calamidade” e temeu-se que se concretizassem as previsões para 2.100 quando 1 bilhão de pessoas seriam obrigadas a imigrar por causa do clima. Governos reforçaram fronteiras e criaram incentivos para a partida de imigrantes com o intuito de não sobrecarregarem ainda mais os seus territórios. E leis mais duras para tentar deter a entrada de gente, mas a situação estava longe do controle. {Crônica 014}