Um achado inesperado

[19/11/2017] O aparecimento de um homenzinho, com menos de um metro, vivendo no meio da selva sul-americana mobilizou o departamento de vida natural mundial esta semana. O pequeno ser de cor amarelo-esverdeada e postura humana tem feições proporcionais, estava totalmente nu, e não deixou dúvida de que há muitos mistérios a serem desvelados no planeta.

O contato foi feito durante uma das inúmeras expedições de estudos que se realizam todos os anos para coleta e estudos de plantas e animais, em conjunto com institutos científicos de pesquisa e universidades. O pequeno homem ficou tão surpreso em ver os exploradores quanto estes ao encontra-lo na beira de um rio, onde pararam para se refrescar e beber água. A reação de espanto foi seguida de um recuo, tanto de um lado quanto de outro; seguida da fuga do homenzinho para dentro da selva.

O grupo de cientistas e alunos decidiu então montar acampamento no local, e aguardar pacificamente a volta do desconhecido, enquanto alguns fazem pequenas ações exploratórias em volta do território para encontrar rastros do homem. Se for confirmada a existência de mais seres diminutos, e esta não for uma manifestação isolada, a ciência está diante de mais um maravilhoso enigma a ser desvelado na grande seara da existência humana no planeta. [Registro 111]

A quebra do sistema

{27/11/2011} O que o homem buscava naquele final de 2011 era o mínimo de bom senso, de equilíbrio nas ações de seus governantes. Enquanto muitos padeciam sem emprego, sem esperança, os governos continuaram ajudando grandes corporações econômicas, bancos, instituições criadas em torno de uma crença de valores que já tinha se mostrado equivocada. Porque salvar um sistema que não privilegiava os valores mais caros à sobrevivência da espécie humana? Que não respeita a natureza, nem sequer o próprio ser humano que o criou?

A crise abria feridas dolorosas no seio das populações. Povos avançados tidos como ordeiros, se animalizavam no embate com as forças repressivas. Uma juventude cada vez mais privada de esperança expressava, com paus e pedras, sua revolta pela falta de um horizonte em suas vidas.

Não havia júbilo em galgar os degraus do sistema se esses passos não conduziam senão ao abismo das angústias humanas: correr atrás de posição e dinheiro e, a grande maioria, apenas da sobrevivência e deixar pelo caminho uma alma destroçada por falta de luz e amor. Lutavam para ter emprego, para ter escola, para ter comida, para ter direito mínimo à expressão. Que planeta era esse, com tanta privação de bom senso? {Crônica 034}

Morando nas alturas

[05/11/2017] Pesquisas recentes apontam que o índice de mortes causado por acidentes tem diminuído a quase zero nos últimos anos. O famoso ditado “acidentes acontecem” agora está sendo substituído por aquela frase da propaganda veiculada pelos Centros de Prevenção do Planeta: “acidentes se previnem”. De tal maneira que seja no contato do ser humano com as máquinas, no trabalho ou em casa, ou em ação junto a natureza há muito mais cuidado e segurança em relação à vida do que havia antes no mundo.

Com a racionalização da ocupação humana dos territórios, nenhum assentamento ou urbanização humana é construído em áreas de risco, próximos a rios de fluxo variável, costas marítimas sujeitas a grandes turbulências, e muitos outros setores geográficos que poderiam trazer perigo à vida.

Isso tudo não evita, contudo, que alguns se acidentem na ânsia por empreender novas aventuras como a recente experiência de duas famílias na Austrália que insistem em viver no ar – em balões – ou um destemido grupo de alpinistas que montou uma vila nas escarpas de uma montanha na Índia: vivem literalmente pendurados. Enquanto isso as casas de gelo proliferam no continente Asiático, seguindo um modismo antigo, e até uma casa cercada de fogo já foi “construída” numa reserva no deserto para dar ao morador a sensação de proteção total contra feras e vírus. O dono relata que já se acidentou levemente, quando o mecanismo de “abrir a porta”, cessando a cortina de fogo, não funcionou [Registro 110]

A natureza ruge e o homem reage

{13/11/2011} Mais uma tragédia se anunciou com um aumento rápido no degelo da calota polar. Outro maremoto na Ásia não devorou somente vidas, mas esperanças e crenças. Velhas tensões emergiram e até a solidariedade abundante foi incapaz de recuperar a serenidade no coração dos homens e eles começaram a lutar entre si. Uma rachadura, no fundo do oceano, provou sua capacidade de destruição do outro lado do planeta. Um Moai caiu, e com sua face voltada para o horizonte, ficou a chorar pelos seres humanos.

Correntes migratórias de pássaros foram interrompidas, assim como a reprodução de baleias, mamíferos marinhos, e grandes animais. Recrudesceu a falta de água, afetando a Europa, e uma gripe sazonal mostrou seu poder destrutivo - porque as vacinas não foram suficientes para todos. O ânimo se abateu. Os protestos contra a incompetência dos governantes aumentaram a um patamar perigoso.

Os pequenos países se esforçaram para sair da crise econômica e mobilizações populares extravasaram todo o furor contido contra “o sistema”, derrubando os “ajustes” que os governantes tentaram fazer, sem que ninguém apresentasse uma proposta de conciliação. A solução sempre esteve no coração do homem: buscar a humildade em seu interior, servir muito e trabalhar em prol de boas causas. Muitos se esforçaram e sustentaram o equilíbrio. {Crônica 035}