A quebra do sistema

{27/11/2011} O que o homem buscava naquele final de 2011 era o mínimo de bom senso, de equilíbrio nas ações de seus governantes. Enquanto muitos padeciam sem emprego, sem esperança, os governos continuaram ajudando grandes corporações econômicas, bancos, instituições criadas em torno de uma crença de valores que já tinha se mostrado equivocada. Porque salvar um sistema que não privilegiava os valores mais caros à sobrevivência da espécie humana? Que não respeita a natureza, nem sequer o próprio ser humano que o criou?

A crise abria feridas dolorosas no seio das populações. Povos avançados tidos como ordeiros, se animalizavam no embate com as forças repressivas. Uma juventude cada vez mais privada de esperança expressava, com paus e pedras, sua revolta pela falta de um horizonte em suas vidas.

Não havia júbilo em galgar os degraus do sistema se esses passos não conduziam senão ao abismo das angústias humanas: correr atrás de posição e dinheiro e, a grande maioria, apenas da sobrevivência e deixar pelo caminho uma alma destroçada por falta de luz e amor. Lutavam para ter emprego, para ter escola, para ter comida, para ter direito mínimo à expressão. Que planeta era esse, com tanta privação de bom senso? {Crônica 034}

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