Governos sem controle

{16/09/2012} Nenhum dos governos dos países desenvolvido quis tomar a decisão de frear o ritmo de produção de seus parques industriais nem diminuir as emissões de carbono. Nem convocar reuniões maiores para discutir seriamente os rumos que deviam seguir - pelo contrário - continuaram freneticamente a estimular o consumo, a produzir mais carros, bens descartáveis e resíduos tóxicos para lançar ao ar, aos oceanos e sobre os territórios. Temiam o desemprego em massa, o quebra-quebra, a ruptura do sistema e não tinham um plano de emergência.
 
Além dos refugiados políticos de velhas guerras no continente africano, na Ásia e Oriente Médio, cresceu o retorno forçado de imigrantes que planejavam vidas felizes em países desenvolvidos. Com a recessão e escassez de trabalho na Europa e Japão os nacionais retomaram as vagas que tinham cedido aos estrangeiros. As guerras, pequenas e grandes recrudesceram.
 
Na Grécia, os jovens, sem perspectivas, em um país afundado por crises sucessivas, reeditaram experiências de vida em sociedades alternativas, só que baseadas em princípios radicais de sustentabilidade. Com o nome de Livre e Real eles queriam fugir do que chamaram de crise da civilização. Mas voltar a morar numa tenda, negociar pelo antigo sistema de trocas do excedente da plantação, cortar o consumo de supérfluos e desviciar-se gradualmente da tecnologia e confortos da modernidade não resolveria todos os problemas do quadro caótico em que se meteu o planeta. O tombo previsto seria muito maior do que imaginavam os estudiosos. {Crônica 013}

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