Futuro dilacerado

{23/01/2011} Surgiram rumores de que cogitar um futuro de paz para a humanidade se tornou uma idéia ultrapassada. Parece que, já em 2011, todos “sabiam” que não haveria essa era dourada, idealizado pelos homens de outrora, antes do avanço descomunal da tecnologia e a exaustão dos recursos naturais pelos habitantes do planeta.

Grande parte da humanidade, apesar de estar conforme com o nível de vida conquistado em suas trajetórias pessoais, não vislumbrava um alvorecer paradisíaco para a terra, de bonança e harmonia. Incentivados pela força nada oculta que comandava os sistemas econômicos e de comunicações, a grande massa era incentivada a consumir e buscar uma felicidade imediata, embalada por slogans que enredava os incautos.

Mesmo conscientes de que a percepção de mundo vinha sendo distorcida há séculos pelos detentores do poder, as lideranças sociais; pensadores e formadores de opinião pareciam titubeantes e sem esperança quando sugeriam aos governos equalizarem as questões básicas de sobrevivência da humanidade, para educar o povo, incentivar o trabalho, valorizar a cultura e as artes. Todos os dias se anunciavam perdas evolutivas gigantescas: da memória histórica, de lições do passado, de modelos de vida, de espécimes vivos, de conceitos e valores, e de sonhos, como aqueles que poderiam apontar um futuro melhor. Pairava no ar um pesado cheiro de amnésia e teimosia. {Crônica 056}

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