Qual era o plano?

{06/02/2011} Os meios de comunicação foram usados à exaustão para “aquecer os mercados” e alimentar o consumo, para não quebrar a insana máquina produtora de bens úteis e inúteis. Todos sabiam que um dia haveria escassez, mas o sistema não foi mudado. Era capaz de devorar as próprias pernas se isso trouxesse lucros imediatos.

Por esta época verificou-se o aumento de oferta dos “pacotes de felicidade instantânea” que já existiam para os automóveis e viagens; agora também para supérfluos de todo tipo: cirurgias plásticas que podiam ser realizadas em domicílio, com equipe completa; educadores em casa para liberar os pais da tarefa educativa; asilo instantâneo para os idosos e até especialistas que iam a casa da pessoa orientar sobre como comprar mais e melhor. Comprava-se de tudo, acumulava-se, e desperdiçava-se na mesma proporção.

Aumentou também o nível de exigência por mais recursos de cada produto, vantagens, bonificações, atrativos. Já não era suficiente um aparelho funcionar, tinha que ser um super-hiper-aparelho, mesmo que seus acessórios não fossem necessários – o importante era ter muito, ter mais e continuar na ilusão da posse e de poder.

A crise econômica evoluiu para retaliações a países em desenvolvimento. O instável equilíbrio entre duas grandes potências começou a soçobrar, gerando efeitos devastadores sobre economias menores, já debilitadas por crises anteriores. Os países que queriam se proteger tiveram que aumentar impostos, efetuar cortes de orçamento e as populações começaram a sufocar com o desemprego, já conhecido. Não veio o desenvolvimento prometido, tirando a esperança de milhões. Os oceanos continuaram se agitando, surpreendendo a todos. {Crônica 055}.

Nenhum comentário: