O caos da repetição

{14/10/2012} Os humanos, no planeta inteiro, já não entendiam bem o que estava se passando com o mundo, de tão caóticos que pareciam os acontecimentos. Procuravam analisar suas vidas buscando saber onde tinham errado ou olhavam a vida dos demais sem compreender bem de onde vinham tantos problemas e infortúnios. Mortes, brigas, separações, prisões, falta de dinheiro, desemprego, famílias destruídas, cansaço sem medida e desespero. Seria esta a história a ser vivida aqui? 

 Os desafios do dia-a-dia pareciam se multiplicar a cada momento e muitos não acreditavam que teriam forças para solucionar as agruras que se apresentavam. As exigências cotidianas se resumiam a vencer a qualquer custo, e quem ainda não havia chegado num certo “patamar” de segurança econômica se desesperava: havia que estudar, conseguir um emprego, conquistar um lugar na sociedade e crescer sempre, mas essa fórmula estava distorcida: no fundo tudo se resumia a ganhar dinheiro e não realização. 

 Se alguém quisesse estudar, constituir família precisava de dinheiro; ter filhos, mais dinheiro, ter uma casa, um carro, mais dinheiro, o tempo todo. Os economistas sugeriam - e era comum se fazer um seguro ou poupanças para conseguir educar uma criança até a universidade. E menos de 20% das pessoas em todo planeta conseguiam chegar a isto. E toda a sua energia era consumida em alimentar essa “roda de aquisições” em que se transformaram as aspirações de vida. Infertilidade? Tinha um preço. Ter um bom emprego? Outro preço. Conquistar uma posição de destaque na sociedade: outro. E assim por diante, quase tudo era uma questão de posse, de poder econômico. Com diferentes formatos através das era, o homem se repetia. {Crônica 011}

Nenhum comentário: