O cotidiano da insegurança

{25/11/2012} A violência que ainda encontrava espaço entre nós era constantemente divulgada e “atualizada” através dos meios de comunicação. Por ser cotidiana em países em guerra era só selecionar o “dial” de nossa percepção para o que pensávamos ser a “violência distante daqueles que estão sempre lutando entre si”. Tinha também a opção da violência local, considerada chocante e injustificada quando realizada em nossos “tempos de paz”. De onde vinha a violência e o que fazer para que cessasse? 

Presente desde a formação do planeta fez parte da eclosão da vida em fantásticas explosões vulcânicas, enchentes, maremotos, tremores e trovões. A essa barulheira toda nos acostumamos a chamar de violência da natureza. E essa violência natural se deu na luta pelo nascimento, na lida pela sobrevivência, na construção dos abrigos, na expansão humana no planeta. E sentimos o poder do medo, do comer ou ser comido, da fome, do rapto, da agressão – correndo, uns atrás de comida, outros de proteger a cria, as fêmeas, ou assegurando a posse de bens, do território conquistado - nossa pré-história não é muito delicada aos olhos do homem sapiens atual. 

Mas o homem se sofisticou, criou um distanciamento crítico entre o passado e o presente, achando que já havia conquistado meios de crescer sem agredir. O que restou foi uma tenaz busca de segurança, que acabou por aprisiona-lo, não no medo irracional, mas na sutil descrença que esvazia a alma. {Crônica 008}

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